CARVACROL, COMPONENTE MAJORITÁRIO DO ÓLEO ESSENCIAL DE ORÉGANO, REDUZ FREQUÊNCIA DE ATAQUES EPILÉTICOS
A epilepsia é um transtorno caracterizado pela alteração temporária do funcionamento do cérebro. Após um ataque, a pessoa pode se sentir confusa e ter déficits de memória.
Os sintomas podem ser mais ou menos evidentes, variando entre a sucessão de um estado mental aéreo, até a ocorrência de convulsões mais sérias. No entanto, manifestações mais brandas, não desqualificam a seriedade do problema.
A causa da epilepsia é, na grande maioria dos casos, desconhecida. Entretanto, pode ser desencadeada por traumas na região da cabeça, dificuldades no parto, uso abusivo de álcool e drogas, ou por disfunções neurológicas.
A Laszlo apresenta um estudo de caso onde avaliou-se, pela primeira vez, a atuação positiva do carvacrol, componente majoritário do óleo essencial de orégano no auxílio de ataques epiléticos.
O carvacrol é um fenol monoterpenico natural, conhecido por atuar como anti-inflamatório e como neuroprotetor. A partir deste princípio, foi avaliado sua atuação na atividade cerebral e sua capacidade de prevenir danos neuronais e declínio cognitivo, podendo, portanto, ser eficaz para o tratamento de epilepsia.
O estudo abrangeu testes in vivo e in vitro, onde os resultados foram comparados entre dois grupos, onde um utilizou tratamento à base de injeção de carvacrol e o outro soro fisiológico.
Aplicado em três momentos, com 75 mg/kg i.p cada, o carvacrol foi aplicado em um intervalo de 8 horas, durante as primeiras 24 horas após o ataque epilético, momento em que o dano neuronal é maior.
O comportamento, o tipo de convulsão e a gravidade de cada um, foram monitorados e gravados há cada 15 minutos, sendo classificados de acordo com a escala de Racine.
O grupo de cobaias sob tratamento com carvacrol apresentou recorrência menor na frequência dos ataques epiléticos. No grupo tratado com soro fisiológico, 86% chegou a desenvolver ataques epiléticos recorrentes. Já no grupo tratado com carvacrol, apenas 25% desenvolveu o mesmo problema.
O estudo concluiu que o carvacrol é um inibidor dos TRPM7. Estes são canais receptores, manifestos no cérebro, e têm participação fundamental nos complexos mecanismos de quase todas as respostas sensoriais, além de serem importantes na mediação da morte de células nervosas. Também são reguladores da homeostase de magnésio. A deficiência do nutriente foi documentada em pacientes com epilepsia. Estes dados, portanto, indicam que a homeostase de magnésio também é importante para o tratamento da epilepsia.
A atividade excessiva dos canais TRPM7 é a marca registrada e característica definidora de convulsões e crises epiléticas, logo sua inibição pode representar um alvo importante, nos estudos e tratamento da doença.
Os resultados positivos podem ser explicados pelas propriedades neuroprotetoras e anti-inflamatórias, características do Carvacrol. Por ser uma substância lipofílica é rapidamente metabolizada e excretada pelo organismo . Após 24 horas da ingestão pelos roedores, foram encontradas apenas quantidades mínimas da substância na urina dos animais. O fato demonstrou que os resultados podem ser facilmente traduzíveis para ensaios clínicos em seres humanos.
Este estudo foi o primeiro relatório, que se tem conhecimento, sobre os efeitos positivos do óleo essencial de orégano na epilepsia. O bloqueio dos canais TRPM7, demonstrou a possibilidade de prevenir sequelas de longo prazo nas lesões neuronais, além do declínio da memória recorrente pós um ataque epilético.
Dentre os resultados positivos, o óleo essencial de orégano demonstrou ser uma substância bem tolerada pelo organismo. O estudo expressa, portanto, um grande potencial da substância para o desenvolvimento futuro de medicamentos, a fim de amenizar a recorrência de ataques epiléticos.
GRUPO LASZLO
REFERÊNCIAS:
FÁBIÁN LÁSZLÓ
KHALIL, Aytakin et al. Carvacrol after status epilepticus (SE) prevents recurrent
SE, early seizures, cell death, and cognitive decline. Epilepsia. 2017 Feb;58(2):263-273. doi: 10.1111/epi.13645. Epub 2017 Jan 13
2 comentários
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Olá Manoel, tudo bem? Há muitos artigos científicos sobre aromaterapia já disponíveis para pesquisa. Qual a sua necessidade para que eu possa auxiliá-lo melhor.
O mesmo óleo é utilizado para muitas frentes e de formas diversas (inalação, aplicação tópica, banhos, pomadas etc…)